sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A Importância do Ensino da Técnica Individual


O futebol, como  qualquer outra modalidade desportiva, exige que se faça um planeamento coerente e bem estruturado do que devem ser os conteúdos de aprendizagem que serão ministrados aos atletas/ jogadores desde a sua chegada aos clubes até à excelência do desporto, o Alto Rendimento.

A metodologia de treino tem sofrido, ao longo dos tempos, várias mutações fruto de vários estudos que tem sido alvo,  de algum interesse existente por parte de alguns técnicos e clubes juntos de investigadores e estudiosos das mais distintas áreas do conhecimento.

Actualmente, o jogo em si próprio está, também, muito diferente do que nos tempos em que as tecnologias de vídeo e áudio eram apenas uma miragem. Actualmente este tipo de meio, disponível ao treinador de qualquer modalidade desportiva, permite que exista uma maior informação sobre a equipa adversária e das suas acções em situação de jogo. Tal acontece porque, hoje, os treinadores pretendem controlar o maior número de variáveis do jogo e, para tal, entre outras coisas, utilizam no seu treino aquilo que é conhecido no meio futebolístico como a sistematização de conteúdos (repetição exaustiva de uma determinada acção), dando pouco espaço à criatividade e ao improviso dos seus jogadores. Assim, o jogo fica muito estandardizado e previsível, podendo as acções serem facilmente anuladas pelo adversário, dado o elevado conhecimento que o mesmo detém.

É aqui que o jogo ganha uma nova dimensão, a dimensão da técnica individual dos jogadores. E é neste aspecto que incide a minha reflexão deste texto.

 Os profissionais que se encontram há muitos anos no meio, têm por hábito afirmar que no futebol está tudo inventado. Desengane-se quem assim pensa. As crianças, como já afirmei em artigos anteriores tem uma inesgotável capacidade de aprendizagem, mas só aprendem o que se lhes ensina.

Assim é de extrema importância o ensino da técnica individual aos jovens atletas. E quando digo técnica individual não me refiro apenas àquela que visa ultrapassar um adversário ou a tudo o que diga respeito às acções ofensivas, mas também àquela que permite um desarme ou uma intercepção de bola.

 O ensino da técnica individual deve ser, de igual modo, distribuído quer pelas acções ofensivas, quer defensivas.

Na minha opinião, os clubes e as academias deveriam ter técnicos especializados neste tipo de ensino. Em países como a Holanda é já uma prática muito corrente. Porém, já há no nosso país quem tenha "importado" esta corrente.

Só dotando os nossos jovens atletas de “armas”, recursos técnicos, é que podemos ver nos nossos relvados jogadores capazes de resolver determinado tipo de situações ou jogos que o conjunto ou o trabalho de equipa muitas vezes não consegue devido ao altíssimo nível de organização que a equipa contrária apresenta.

O vídeo em anexo serve precisamente para os leitores verem como pode a técnica individual desequilibrar o que o colectivo não estava a resolver. Aliás, os recursos utilizados pelo Zlatan Ibrahimovic, são acções que lhes foram ensinadas durante a sua formação desportiva.





2 comentários:

  1. Bom dia António,

    Antes de mais parabéns pelo excelente blog.
    Subscrevo o que disse neste texto e na importância do treino da Técnica individual. Apenas faço um reparo pessoal: na minha opinião a diferença não estará nos conteúdos que tu apresentas para desenvolver mas na forma como eles são proporcionados. A sistematização do treino condicionou a criatividade individual mas o mais grave foi a melhoria das condições de treino condicionarem, ainda mais, a criatividade do jogador (sim eu sei que parece um contra-senso, mas na verdade não é).

    Os melhores cumprimentos,

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  2. Bom dia, obrigado por ler o Artigo e seguir o Blog, é verdade que a forma como os conteúdos são apresentados são importantíssimos, alias, falo nesse aspecto num artigo anterior (Facilitar versus Complicar, aqui quando falo nos conteúdos tem a ver com o facto de estes serem adequados à idade do atleta,ex: não faz sentido algum estar a prescrever exercícios para miúdos se 10 anos que sejam utilizados em miúdos de 16..
    Com os melhores cumprimentos
    André Borges( não António :-))

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