O
futebol, como qualquer outra modalidade
desportiva, exige que se faça um planeamento coerente e bem estruturado do que
devem ser os conteúdos de aprendizagem que serão ministrados aos atletas/
jogadores desde a sua chegada aos clubes até à excelência do desporto, o Alto
Rendimento.
A
metodologia de treino tem sofrido, ao longo dos tempos, várias mutações fruto
de vários estudos que tem sido alvo, de
algum interesse existente por parte de alguns técnicos e clubes juntos de
investigadores e estudiosos das mais distintas áreas do conhecimento.
Actualmente,
o jogo em si próprio está, também, muito diferente do que nos tempos em que as
tecnologias de vídeo e áudio eram apenas uma miragem. Actualmente este tipo de
meio, disponível ao treinador de qualquer modalidade desportiva, permite que
exista uma maior informação sobre a equipa adversária e das suas acções em
situação de jogo. Tal acontece porque, hoje, os treinadores pretendem controlar
o maior número de variáveis do jogo e, para tal, entre outras coisas, utilizam
no seu treino aquilo que é conhecido no meio futebolístico como a
sistematização de conteúdos (repetição exaustiva de uma determinada acção),
dando pouco espaço à criatividade e ao improviso dos seus jogadores. Assim, o
jogo fica muito estandardizado e previsível, podendo as acções serem facilmente
anuladas pelo adversário, dado o elevado conhecimento que o mesmo detém.
É
aqui que o jogo ganha uma nova dimensão, a dimensão da técnica individual dos
jogadores. E é neste aspecto que incide a minha reflexão deste texto.
Os profissionais que se encontram há muitos anos no meio, têm por hábito afirmar que no futebol está tudo inventado. Desengane-se quem assim pensa. As crianças, como já afirmei em artigos anteriores tem uma inesgotável capacidade de aprendizagem, mas só aprendem o que se lhes ensina.
Assim
é de extrema importância o ensino da técnica individual aos jovens atletas. E
quando digo técnica individual não me refiro apenas àquela que visa ultrapassar
um adversário ou a tudo o que diga respeito às acções ofensivas, mas também
àquela que permite um desarme ou uma intercepção de bola.
O ensino da técnica individual deve ser, de
igual modo, distribuído quer pelas acções ofensivas, quer defensivas.
Na
minha opinião, os clubes e as academias deveriam ter técnicos especializados
neste tipo de ensino. Em países como a Holanda é já uma prática muito corrente.
Porém, já há no nosso país quem tenha "importado" esta corrente.
Só
dotando os nossos jovens atletas de “armas”, recursos técnicos, é que podemos
ver nos nossos relvados jogadores capazes de resolver determinado tipo de
situações ou jogos que o conjunto ou o trabalho de equipa muitas vezes não
consegue devido ao altíssimo nível de organização que a equipa contrária
apresenta.
O
vídeo em anexo serve precisamente para os leitores verem como pode a técnica
individual desequilibrar o que o colectivo não estava a resolver. Aliás, os
recursos utilizados pelo Zlatan Ibrahimovic, são acções que lhes foram
ensinadas durante a sua formação desportiva.
Bom dia António,
ResponderExcluirAntes de mais parabéns pelo excelente blog.
Subscrevo o que disse neste texto e na importância do treino da Técnica individual. Apenas faço um reparo pessoal: na minha opinião a diferença não estará nos conteúdos que tu apresentas para desenvolver mas na forma como eles são proporcionados. A sistematização do treino condicionou a criatividade individual mas o mais grave foi a melhoria das condições de treino condicionarem, ainda mais, a criatividade do jogador (sim eu sei que parece um contra-senso, mas na verdade não é).
Os melhores cumprimentos,
Bom dia, obrigado por ler o Artigo e seguir o Blog, é verdade que a forma como os conteúdos são apresentados são importantíssimos, alias, falo nesse aspecto num artigo anterior (Facilitar versus Complicar, aqui quando falo nos conteúdos tem a ver com o facto de estes serem adequados à idade do atleta,ex: não faz sentido algum estar a prescrever exercícios para miúdos se 10 anos que sejam utilizados em miúdos de 16..
ResponderExcluirCom os melhores cumprimentos
André Borges( não António :-))