segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A Escolha do Treinador Principal e a Formação


Quando se fala do futebol formação e da importância que este tem para o seu clube é, quanto a mim, necessário lançar-se um olhar bem cuidado e atento sobre esta temática, antes de determinar a real importância da mesma para o respectivo clube.

É resposta comum ouvir dizer-se que esta área do futebol não profissional é muito importante para o clube, que os “miúdos” são o que o clube tem de melhor, que são o futuro, etc... Já referi que, a meu ver e ainda para mais no panorama económico-social actual, um investimento nos activos do clube pode ser, em muitos casos, a tábua de salvação para os mesmos.

Em cenários de crise, as empresas que normalmente sobrevivem são aquelas que em vez de entrarem em recessão (a fazerem despedimentos ou investimentos de recurso e em cima do joelho), investem na formação dos seus activos e na promoção dos mesmos para quadros superiores dentro da empresa. Este princípio pode e deve ser aplicado aos clubes de futebol, até porque actualmente, muitos deles, já têm uma gestão de cariz empresarial. Assim, o que pretendo transmitir é que os clubes devem investir na formação dos seus técnicos e dos seus jovens jogadores de modo a que todos eles se possam valorizar e, consequentemente, poderem ser alvo de receita para o clube.

Para que tal seja possível, considero ser condição essencial que o clube tenha um modelo a seguir, algo que defina a forma como todas as equipas do clube devem jogar, que defina o perfil das pessoas que integram o projecto de clube. A “cereja no topo do bolo” terá de ser, obrigatoriamente, o treinador da equipa principal.

Quando digo que o treinador da equipa principal deve ser a “cereja no topo do bolo”, é porque este será quem vai abrir a porta de entrada dos jovens provenientes da equipa B ou dos juniores para o plantel principal. Logo a escolha do homem que vai ser uma das caras principais de todo o clube, deverá ser uma escolha criteriosa.

O novo técnico deve, então, ser escolhido tendo em consideração o enquadramento do mesmo na filosofia do clube, ou seja, se é alguém capaz de construir uma forma de jogar para a equipa principal que honre os pergaminhos do clube e que dê continuidade ao trabalho que o clube tenha desenvolvido ao longo de anos na formação, permitindo, desta forma, a manutenção da imagem que o clube pretende para si e que as portas de entrada da equipa principal estejam verdadeiramente abertas para os melhores talentos oriundos da formação do clube.

A entrada dos jovens jogadores no plantel principal do clube é uma forma de validar o trabalho que foi realizado durante anos por pessoas que se encontram na antecâmara do clube e que desempenharam um trabalho meritório. Só estando no plantel principal é que estes jovens jogadores poderão ter oportunidade de jogar, de se valorizarem e serem vendidos, produzindo receita para o clube, com uma vantagem acrescida: só os jogadores da casa são capazes de produzir e conservar a marca do clube, pois são “os filhos da casa” que mais sentem e honram a camisola.

A escolha de um treinador de recurso para o plantel principal raramente se revela um boa opção nem para o plantel principal, nem para a formação do clube. A história está repleta de casos de como uma má escolha para o cargo de treinador principal foi destrutiva para um clube ou selecção de um país

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