Quando
se fala do futebol formação e da importância que este tem para o seu clube é,
quanto a mim, necessário lançar-se um olhar bem cuidado e atento sobre esta
temática, antes de determinar a real importância da mesma para o respectivo
clube.
É
resposta comum ouvir dizer-se que esta área do futebol não profissional é muito
importante para o clube, que os “miúdos” são o que o clube tem de melhor, que
são o futuro, etc... Já referi que, a meu ver e ainda para mais no panorama
económico-social actual, um investimento nos activos do clube pode ser, em
muitos casos, a tábua de salvação para os mesmos.
Em
cenários de crise, as empresas que normalmente sobrevivem são aquelas que em
vez de entrarem em recessão (a fazerem despedimentos ou investimentos de
recurso e em cima do joelho), investem na formação dos seus activos e na
promoção dos mesmos para quadros superiores dentro da empresa. Este princípio
pode e deve ser aplicado aos clubes de futebol, até porque actualmente, muitos
deles, já têm uma gestão de cariz empresarial. Assim, o que pretendo transmitir
é que os clubes devem investir na formação dos seus técnicos e dos seus jovens
jogadores de modo a que todos eles se possam valorizar e, consequentemente,
poderem ser alvo de receita para o clube.
Para
que tal seja possível, considero ser condição essencial que o clube tenha um
modelo a seguir, algo que defina a forma como todas as equipas do clube devem
jogar, que defina o perfil das pessoas que integram o projecto de clube. A “cereja no topo do bolo” terá de ser,
obrigatoriamente, o treinador da equipa principal.
Quando
digo que o treinador da equipa principal deve ser a “cereja no topo do bolo”, é porque este será quem vai abrir a porta
de entrada dos jovens provenientes da equipa B ou dos juniores para o plantel
principal. Logo a escolha do homem que vai ser uma das caras principais de todo
o clube, deverá ser uma escolha criteriosa.
O
novo técnico deve, então, ser escolhido tendo em consideração o enquadramento
do mesmo na filosofia do clube, ou seja, se é alguém capaz de construir uma
forma de jogar para a equipa principal que honre os pergaminhos do clube e que dê
continuidade ao trabalho que o clube tenha desenvolvido ao longo de anos na
formação, permitindo, desta forma, a manutenção da imagem que o clube pretende
para si e que as portas de entrada da equipa principal estejam verdadeiramente
abertas para os melhores talentos oriundos da formação do clube.
A
entrada dos jovens jogadores no plantel principal do clube é uma forma de
validar o trabalho que foi realizado durante anos por pessoas que se encontram
na antecâmara do clube e que desempenharam um trabalho meritório. Só estando no
plantel principal é que estes jovens jogadores poderão ter oportunidade de
jogar, de se valorizarem e serem vendidos, produzindo receita para o clube, com
uma vantagem acrescida: só os jogadores da casa são capazes de produzir e
conservar a marca do clube, pois são “os filhos da casa” que mais sentem e
honram a camisola.
A escolha de um treinador de recurso para o plantel principal raramente se revela um boa opção nem para o plantel principal, nem para a formação do clube. A história está repleta de casos de como uma má escolha para o cargo de treinador principal foi destrutiva para um clube ou selecção de um país
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